Dor, rubor (vermelhidão), edema (inchaço), endurecimento e calor...o que pode significar quando ocorrem numa veia do sistema venoso superficial ?
A trombose venosa superficial corresponde a uma inflamação da parede das veias superficiais provocada pela formação de coágulos sanguíneos no seu interior e que levam à sua oclusão. Ocorre mais frequente nas veias dos braços e das pernas.
Existem múltiplos fatores de risco associados à trombose venosa e já abordados previamente neste blog ("Estou em risco de ter uma trombose venosa?"). Particularmente, a presença de varizes representa o principal fator de risco associado ao desenvolvimento de trombose venosa superficial dos membros inferiores (até 30% dos doentes). Nos membros superiores surge, frequentemente, associada a punções venosas.
Tipicamente, os doentes apresentam um cordão duro, doloroso e inflamado associado a uma veia superficial.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é essencialmente clínico e confirmado pela realização de Eco-Doppler Venoso.
O tratamento envolve a aplicação de compressas mornas na zona inflamada, toma de medicação anti-inflamatória e uso de meias de compressão (quando atingimento do membro inferior).
Nas situações de trombose venosa superficial extensa, muito sintomática ou próxima de zonas de confluência com o sistema venoso profundo é benéfico recorrer a medicação anticoagulante durante 30-45 dias, de forma a impedir o crescimento do trombo e a retomar o fluxo sanguíneo da veia afetada.
Além disso, nos casos associados à presença de varizes, está recomendado o seu tratamento cirúrgico para evitar a recorrência do quadro.
Habitualmente, a trombose venosa superficial apresenta uma evolução benigna com regressão da inflamação entre 1-3 semanas e desaparecimento progressivo do cordão venoso endurecido em 2-3 meses. Pode persistir pigmentação da pele na zona afetada. Em alguns casos e quando não diagnosticada e tratada atempadamente, pode evoluir para complicações mais graves como a trombose venosa profunda ou embolia pulmonar.
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